Actividade 2.1

Actividade 2.1

 Análise do vídeo "Chimamanda Adichie: O perigo da história única"

 

1. Quem fala?
A oradora deste video é Chimamanda Ngozi Adichie, uma escritora nigeriana, que nasceu em Abba, a 15 de setembro de 1977.
Chimamanda apesar de ter nascido em Abba, no estado de Anambra, cresceu na cidade universitária de Nsukka, no sudeste da Nigéria, próximo da Universidade da Nigéria. O pai de Chimamanda era professor de Estatística na universidade, e a sua mãe trabalhava como secretária no mesmo local.
Chimamanda, quando completou dezanove anos deixou a Nigéria, tendo-se mudado para os Estados Unidos da América.
Chimamanda estudou na Universidade Drexel, na Filadélfia, e na Universidade de Connecticut. Fez estudos de escrita criativa na Universidade Johns Hopkins de Baltimore, e mestrado de estudos africanos na Universidade Yale.
Em 2003, Chimamanda publicou o seu primeiro romance,intitulado “Purple Hibiscus” (Hibisco roxo), O seu segundo romance, “Half of a Yellow Sun” (Meio sol amarelo), que aborda o período anterior e posterior à guerra de Biafra, foi publicado pela editora Knopf/Anchor em 2006, e ganhou o Orange Prize para ficção em 2007.


2. Onde fala?
Chimamanda discursou numa conferenciaconversa organizada pela TED, apresentada em Oxford, na Inglaterra, em Julho de 2009. A TED é uma organização sem fins lucrativos dedicada ao Ideas Worth Spreading. Este projecto começou (em 1984) como uma conferência reunindo pessoas de três mundos: Tecnologia, Entretenimento e Design. Com o passar do tempo, o seu âmbito tem-se tornado cada vez mais amplo.

3. Fala sobre o quê?
Chimamanda começa a sua exposição, considerando-se uma contadora de histórias que irá contar ao público presente algumas histórias pessoais, que abordam o que ela considera ser, “o perigo de uma história única”. Chimamanda considera-se uma leitora e escritora precoce. A oradora refere que quando começou a escrever, fazia-o sobre obras que lera. Chimamanda refere ao longo da sua exposição que as crianças apreendem facilmente o conteúdo dos livros, como se fosse a realidade, o que também lhe aconteceu. A oradora faz referência à ocupação dos seus pais, à classe social em que se inseria, assim como a alguns costumes inerentes à ao estatuto social da sua família. A certa altura, Chimamanda refere que a sua família acolheu um rapaz proveniente de uma família pobre, e como a única história que ouvira acerca da família do rapaz referia-se à sua pobreza, rotulou mentalmente os membros daquela família como “incapacitados”. No entanto admirou-se, durante uma visita que fez à família do referido rapaz, com algumas das suas produções, que não iam de encontro com o rótulo mental que criara. Chimamanda conta que quando foi estudar para os Estados Unidos da América, ficou espantada com a percepção que a sua colega de quarto americana, possuía em relação ao povo africano. A visão que a colega de quarto tinha acerca do povo africano, influenciou o modo como interagia com a chimamanda, tratando-a com piedade, dado que a historia que esta ouvira sobre o povo africano envolvia uma certa incapacidade deste se aproximar do desenvolvimento do povo americano. Chimamanda profere que de certa forma compreende a imagem que os outros povos criam acerca dos africanos, uma vez que a única história de Africa transmitida pela Literatura Ocidental, refere-se a este povo, como desorganizado, desorientado e que luta sem motivos. Segundo Chimamanda, John Loock marcou o incio de uma literatura ocidental negativa sobre o povo africano. Segundo a oradora, se referir-se várias vezes um povo como uma “coisa” é isso que ele passa a ser. De maneira implícita a autora estava a referir-se ao povo africano. Chimamanda, no seguimento da sua exposição refere, que o poder é extremamente importante na forma como é encarada e apreendida uma história. A oradora refere que existem inúmeras maneiras de mudar uma história, muitas vezes vastando apenas mudar o tema com que se começa a narração, para esta ser encarada de forma diferente. Chimamanda refere algumas situações da sua infância e do quotidiano dos seus familiares, concluindo que tudo o que é se deve às histórias que viveu e ouviu. Durante o seu discurso Chimamanda refere que a “história única” cria estereótipos, que por vezes até são verdadeiros, mas de certo modo incompletos. Chimamanda refere que existem diversas histórias, umas mais positivas que outras, e a forma como as encaramos influenciam a percepção que cada individuo cria dos outros povos. Segundo Chimamanda, se cada povo tivesse conhecimento da cultura e das diversas histórias dos outros povos, talvez não criassem certos estigmas que influenciam a sua interacção social. A oradora enaltece o poder que as histórias podem ter, podendo ser utilizado tanto positivamente como negativamente. Chimamanda finaliza o seu discurso evidenciando a importância de se considerar todas as histórias, não fazendo prevalecer uma sobre as restantes.


4. Que relação existe entre o perigo da “História Única” e a internet?
Sendo a internet uma rede onde cada vez mais usuários participam e partilham as suas histórias de vida, relatam experiencias e acontecimentos pessoais, seja em sites, blogs entre outras redes socais, cada vez mais, cada individuo deixa de estar restringido ao seu “mundo residencial”, passando a fazer parte de uma comunidade, onde existe uma grande troca e divulgação de informações. Deste modo, consideramos que na actualidade tornou-se mais difícil a prevalência de “uma história única”, que caracterize ainda que de modo infundamentado, uma pessoa, uma comunidade ou um povo, dada a fácil comunicação possibilitada pelo desenvolvimento e implementação das novas tecnologias.


5. Exemplos de “Histórias Únicas” sobre Portugal?
Consideramos que existem algumas histórias sobre Portugal, que dependendo da forma como são abordadas e percebidas, podem ser consideradas “Histórias Únicas”.
Algumas Histórias que consideramos descreverem o povo Português e Portugal, e que pelo facto de serem abordadas frequentemente, correm o risco de se tornarem “Histórias Únicas” são:
-Portugal, um país de descobridores;
-Portugueses, um povo pacífico. (25 de Abril de 1974).
A primeira história que referimos (Portugal, um país de descobridores), surge devido à precocidade face aos outros povos, com que Portugal inicia o descobrimento de “novas terras e novos mares”. Este facto histórico rotulou o povo português, como um povo descobridor, forte e que supera as adversidades. Sendo estas características atribuídas devido às dificuldades que o povo português teve que superar, para conseguir meios e forças que permitissem desvendar o desconhecido.
A segunda história (Portugueses, um povo pacífico) tem por referência a revolução dos cravos, ocorrida a 25 de Abril de 1974, onde houve a implementação da democracia em Portugal. Este marco histórico caracterizou o povo português como pacífico, uma vez que comparando esta revolução, com as ocorridas nos outros países com o mesmo objectivo, esta foi menos violenta, não havendo registo de mortes.

Grupo de Trabalho:

Ana Souto

Camila Calmon

Flávia Vieira

José Gomes

Mariana Silva




Total de visitas: 49322